O projeto Vozes Negras na Sinologia possui como objetivos o mapeamento e a divulgação da produção científica de pessoas negras que estudam China no Brasil.
A iniciativa nasce a partir da Shūmiàn 书面 em parceria com os sinólogos Ethienny Bica (UFRGS)* e Leandro Teixeira (Centro Universitário Estácio do Recife)** e deseja crescer aberta, inclusiva e coletiva, a fim de alcançar todas as regiões do país e ampliar o maior número de vozes possível.
Por que Criar o projeto “Vozes Negras na Sinologia”?
Embora a China tenha se tornado um tópico amplamente discutido nos meios de comunicação brasileiros nos últimos anos — com contribuições advindas de todos os tipos de formação acadêmica, como Relações Internacionais, Antropologia, História, Artes e Ciência Política, bem como da área empresarial — há poucas sinólogas negras e sinólogos negros sendo ouvidos no país. Vê-se frequentemente diversos webinares, conferências, oportunidades profissionais e entrevistas que envolvem a discussão de China, sem, no entanto, que haja sequer uma pessoa negra sendo chamada. Buscaremos, neste sentido, poder iniciar uma pequena contribuição para a reversão deste cenário, oferecendo também nossas plataformas para a divulgação de materiais e pesquisas de pessoas negras sobre a China.
Como funciona o projeto “Vozes Negras na Sinologia”?
O projeto é composto por duas frentes: a primeira trata-se da criação de um diretório central aberto, gratuito e online, com informações sobre os(as) pesquisadores(as) auto-declarados negros(as) que desejem participar deste projeto. Assim, seus nomes, áreas de pesquisa, contatos e instituições de ensino serão disponibilizados inicialmente em nosso site. Esse diretório será nutrido a partir de dados coletados por um formulário do Google (link disponibilizado abaixo). Toda informação do diretório somente será publicada mediante autorização prévia do(a) pesquisador(a). Esse diretório, apesar de inicialmente hospedado no site da Shūmiàn 书面, pode e deve ser hospedado por demais sites e instituições que assim o queiram.
A segunda frente é o uso dos recursos da plataforma Shūmiàn 书面 como suporte para divulgação de produções científicas de pessoas negras. Assim, ficarão disponíveis os seguintes recursos da Shūmiàn: nosso site, a fim de hospedar artigos com linguagem jornalística de extensão entre 500-800 palavras; entrevistas e suporte para divulgação da produção científica e projetos de pessoas negras por meio do LinkedIn e Twitter, bem como a participação de pessoas negras que estudam China no podcast da Shūmiàn 书面. Tudo isso será hospedado e disponibilizado gratuitamente para o público.
Quer ter suas informações em nosso diretório?
Se você é um(a) pesquisador(a) negro(a) na área da sinologia e quer suas informações em nosso diretório, preencha nosso formulário e logo entraremos em contato. Para ampliar o diretorio (disponível abaixo), clique aqui.
* Ethieny Pedros Bica, graduanda de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bolsista de Iniciação Científica com o tema central “Os interesses do Brasil e da China na África: uma análise comparada”. Coordenadora Geral do Centro Estudantil de Relações Internacionais (CERI) em 2020, participa de projetos acadêmicos que discutem as questões raciais na academia e nas relações internacionais. Para Lattes, clique aqui.
** Leandro Teixeira, doutor e mestre em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bacharel em Relações Internacionais pela Faculdade Estácio do Recife. Responsável pela Curadoria do BRICS no Instituto de Estudos da Ásia (IEASIA-UFPE). Professor do Curso de Graduação em Relações Internacionais e do Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário Estácio do Recife. Ex-professor do Curso de Especialização em Relações Internacionais e Diplomacia e do Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS – São Leopoldo e Porto Alegre). Ex-professor do Curso de Graduação em Administração e do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Luso-Brasileira (FALUB – Carpina/PE). Pesquisa, principalmente, o rebalanceamento econômico da China e as suas implicações econômicas para o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul; os investimentos chineses diretos no Brasil; o agrupamento BRICS; e as classes médias e mercados emergentes. Para Lattes, clique aqui.