Será o fim do WeChat, a rede social com mais de um bilhão de usuários só na China? O questionamento veio após o desempenho do aplicativo ter sido divulgado na mídia, apontando uma queda de 8,4% na taxa de engajamento de usuários em apenas seis meses. O alarme, no entanto, parece ter sido falso: ao mesmo tempo em que isto acontece, a plataforma tem crescido em número de usuários e, curiosamente, aumentado o tempo gasto em seus mini-programas internos — os famosos mini-apps que fazem do WeChat o super app que conhecemos.

Esse resultado aponta para pelo menos duas tendências: uma, que a plataforma tem sentido a concorrência dos aplicativos da Bytedance — como o  Douyin (conhecido como TikTok fora da China)  e Toutiao, aplicativos de vídeos curtos que têm tido taxas cada vez maiores de engajamento —; duas, que o WeChat perdeu o timing de incluir outros recursos de multimídia em sua plataforma.


Segundo a Forbes, o Banco Central da China deve lançar a sua própria criptomoeda, com o apoio, é claro, do governo do país, já nos próximos meses. A princípio, sete instituições teriam acesso à moeda digital — incluindo o ICBC, o maior banco do mundo, e empresas como o Alibaba e a Tencent —, sendo incubidas da missão inicial de dispersá-la entre os mais de 1,3 bilhão de chineses e, posteriormente, também em mercados internacionais. O Global Times, porém, refutou a publicação estadunidense, afirmando que os rumores sobre uma criptomoeda estatal chinesa não passam, de acordo com o próprio BC do país, de “especulação imprecisa”.


Nas últimas semanas, muita coisa aconteceu em Hong Kong. Manifestações se tornaram mais violentas e vídeos emergiram de agressão policial nas estações de metrô — que têm se tornado palco principal de muitos confrontos. Quais as consequências econômicas do que está acontecendo? Hong Kong já foi vital para a China continental economicamente. Isso ainda é fato? Um texto no China Law Blog argumenta que, com as manifestações e a resposta da polícia, solidifica-se o fim da cidade como existe hoje, e empresas chinesas estão reconsiderando abrir seu capital na bolsa de Hong Kong — uma cidade extremamente dependente do capital financeiro.

Assim como previsto, acaba de entrar em ação uma parte das novas tarifas impostas pela administração Trump sobre importações chinesas nos Estados Unidos. As taxações — anunciadas em agosto por Washington — recaem sobre mais de 100 bilhões de dólares em importações e fazem parte de um programa que, caso seja implementado integralmente, pode atingir mais de 500 bilhões de dólares em mercadorias da China exportadas aos Estados Unidos. Em resposta, Pequim também elevou tarifas sobre importações estadunidenses e, somados a novas cobranças que devem ser efetivadas em dezembro, mais de 70 bilhões de dólares em produtos do país norte-americano serão atingidos.


Em direção à supremacia na tecnologia? O pesquisador de Harvard Julian Gerwitz escreveu para a Foreign Affairs sobre a movimentação atual e as origens históricas das ambições da China nesse quesito. Tem aquele famoso paywall.


Um cabo de fibra óptica de alta capacidade, que seria construído em parceria entre o Google, Facebook e uma empresa chinesa conectando Hong Kong aos Estados Unidos acaba de ser vetado pelo Departamento de Justiça estadunidense. Diante da guerra comercial e dúvidas quanto ao parceiro chinês envolvido  — que também fornece serviços de comunicação para a Huawei — o projeto ficará engavetado até segunda ordem. O cabo, de mais de 13.000 quilômetros de extensão, seria fundamental para a competição da transmissão de dados no eixo transpacífico.

A China vai estar em peso na New York Fashion Week deste ano, e não só a la Made in China. Isso porque uma das maiores parcerias do evento é, nada mais, nada menos, do que o Tmall, controlado pela gigante Alibaba. Você pode conferir aqui a dimensão do negócio. Desfiles especiais com o tema China Cool, assinado pelos designers chineses mais badalados do momento prometem criar a ponte entre as marcas do Império do Meio e os consumidores estadunidenses.


No último sábado (31), Zhang Weili se tornou a primeira pessoa chinesa a vencer um título de UFC. Em apenas 42 segundos de luta, Zhang derrotou por K.O. a brasileira Jessica Andrade e levou o cinturão do peso palha na competição. A vitória deve contribuir com o já acelerado crescimento do MMA e seu mais famoso campeonato na China — mas a expansão esbarra em problemas políticos em um país com longo costume em artes marciais mais tradicionais.


Nas redes sociais, um blogueiro do interior da China está chamando atenção. Com o nome de Schlieffen, ele se intitula um vlogger de turismo agro (!). A ideia é mostrar principalmente arquitetura inusitada — e cuja ambição beira até ao absurdo, como a réplica de Veneza ou hotéis gigantes — na província de Hebei, que fica em torno de Pequim e Tianjin, cidades que acabam roubando a cena da região. Com milhares de seguidores de classe média e com educação formal, ele ficou famoso por apresentar partes da China com que poucos estavam familiarizados. E já aproveitou para mostrar a ambição de diversos chineses que residem fora dos grandes centros.

Zheng He foi um grande explorador chinês do século XV. Sob seu comando, o império da China chegou a praticamente todos os cantos do mundo. Esta seção é inspirada nele e te convida a explorar ainda mais a China.

Se eu fosse você: Goldthread gravou um vídeo mostrando um dia na vida de um entregador de comida na China. Vale a pena ver não só pela correria que eles passam, mas pelas diferentes camadas presentes nesse tipo de trabalho — direitos trabalhistas, a expansão do e-commerce no país e a falta de oportunidades no meio rural.

Hoje é dia de pop, bebê: hora de preparar os fones de ouvido e curtir o pop grudento de 孫盛希 Shi Shi com ØZI.

Cansou de pop? Aqui na Shūmiàn há espaço para todos os gostos. A banda instrumental Tokyo Chuo-Line fez uma apresentação viciante na semana passada. Confira.

Wallerstein: faleceu no final de semana o teórico e cientista político Immanuel Wallerstein, famoso pela teoria de “sistema-mundo” que referencia o papel dos países entre centro e periferia de acordo com a sua presença na economia mundial. Em 2013, ele deu uma palestra em Yale sobre a China, a África e o sistema-mundo desde 1945.

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